quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Pensar num Rio em guerra é saber o desespero. Desespero daqueles que numa tentativa desmedida de se impor numa sociedade, que é essencialmente capitalista_cresce fundamentada na disparidade social_ se perderam, e choram como crianças no colo de mãe...Só que sem mãe. Entretanto, sabemos que não são crianças; nunca foram, apesar de tão intensas terem sido suas brincadeiras...Foram aviõezinhos, brincavam de esconde-esconde quando ouviam fogos nos morros, faziam entregas de pó de pilim-pim-pim para seus pais e irmãos. Essas ex-nuncacrianças são hoje os “nossos” delinqüentes, que agora brincam de “seu mestre mandou” e quem não obedece fica preso em bambolês pretos com fogo. Ohhh! Perdoem minha analogia fria e sem nexo, mas não consigo entender uma sociedade que cria crianças para isso que vemos hoje. E não se ausente da culpa, caro leitor, falo de todos nós. Ou não sabes das crianças ou do choro das mães (que choram apenas à noite, é claro. “Pobre não chora”, “pobre é forte, pobre torna tudo em samba”.). Ai! Que lindo idealizar nossos pobres, assim como fizeram os românticos com nossos índios guerreiros_guerreiros que nada. Escravos. Já reparou a conotação de “nossos” pobres? Quanta posse...Quase ponto turístico. Aliás, quase não, eu já ouvi falar em Safári turístico, você não? Pois de raiva eu agiria como um animal. Os estrangeiros não podem ficar sem show. Mais uma vez, perdoem-me pela quebra na coerência e até na coesão. Pela descontinuidade de tema, mas convenhamos, também não é continua a vida dos nossos pobres_longe disso... Sei bem que ramifiquei minha crítica, mas nossas favelas são assim. Oh! Por favor, não pensem que estou defendendo nossos delinqüentes...Certamente apoio os cidadãos dignos que deixam seus filhos brincarem de bandidos nos videogames, afinal é apenas distração. Não esqueçam queridos pais e educadores, de ensinar seus filhos a pularem as sete ondinhas no reveillon. Tenho certeza que o próximo ano será melhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário